terça-feira, 20 de março de 2007

A praga "Rubem Alves"


Tenho uma conhecida que encontro as vezes na academia, estávamos nem sei porque discutindo sobre igrejas, religiões e ela soltou: "Poxa eu sou adúltera, quando morrer vou daqui direto queimar no inferno".
'Nossa', falei, mas por que? "Porque sou divorciada e a igreja católica não reconhece o divórcio como dissolução do casamento".

Aquilo me fez pensar: será que Deus, prefere a tristeza de uma família, que vive em desarmonia, em discussões, brigas intermináveis, ao invés de ver seus filhos tentarem uma nova vida em busca da felicidade, da paz? Com certeza não, foi quando hoje pela manhã leio um artigo na Folha de S.Paulo, "Praga" escrito por Rubens Alves, falando sobre "O segundo casamento é uma praga", o artigo veio ao encontro da reclamação dessa minha conhecida na academia, coitada como ela mesma se intitula "adúltera", nossa é o fim, porque devemos fingir que também o casamento é uma instituição que pode acabar, como todas as outras...
Ou sermos fingidos e infiéis aos nossos parceiros, mesmo que o amor tenha acabado...viver infeliz, sem amor, deixando o tempo passar.
Olha isso ainda não está acontecendo comigo, mas pra mim casamento é eterno enquanto existir o amor, quando este acabar o casamento...sinto muito acaba também.
Beijosssss

8 comentários:

Eternamente Berenice disse...

RUBEM ALVES

A praga
Permitir o divórcio equivale a dizer: o sacramento é uma balela. Donde, a Igreja Católica é uma balela...

É BOM atentar para o que o papa diz. Porta-voz de Deus na Terra, ele só pensa pensamentos divinos. Nós, homens tolos, gastamos o tempo pensando sobre coisas sem importância tais como o efeito estufa e a possibilidade do fim do mundo. O papa vai direto ao que é essencial: "O segundo casamento é uma praga!"
Está certo. O casamento não pertence à ordem abençoada do paraíso. No paraíso não havia casamento. Na Bíblia não há indicação de que as relações amorosas entre Adão e Eva tenham sido precedidas pelo cerimonial a que hoje se dá o nome de casamento: o Criador, celebrante, Adão e Eva nus, de pé, diante de uma assembléia de animais, tudo terminando com as palavras sacramentais: "E eu, Jeová, vos declaro marido e mulher. Aquilo que eu ajuntei os homens não podem separar..."
Os casamentos, o primeiro, o segundo, o terceiro, pertencem à ordem maldita, caída, praguejada, pós-paraíso. Nessa ordem não se pode confiar no amor. Por isso se inventou o casamento, esse contrato de prestação de serviços entre marido e mulher, testemunhado por padrinhos, cuja função é, no caso de algum dos cônjuges não cumprir o contrato, obrigá-lo a cumpri-lo.
Foi um padre que me ensinou isso. Ele celebrava o casamento. E foi isso que ele disse aos noivos: "O que vos une não é o amor. O que vos une é o contrato". Aprendi então que o casamento não é uma celebração do amor. É o estabelecimento de direitos e deveres. Até as relações sexuais são obrigações a ser cumpridas.
Agora imaginem um homem e uma mulher que muito se amam: são ternos, amigos, fazem amor, geram filhos. Mas, segundo a igreja, estão em estado de pecado: falta ao relacionamento o selo eclesiástico legitimador. Ele, divorciado da antiga esposa, não pode se casar de novo porque a igreja proíbe a praga do segundo casamento. Aí os dois, já no fim da vida, são obrigados a se separar para participar da eucaristia: cada um para um lado, adeus aos gestos de ternura... Agora está tudo nos conformes. Porque Deus não enxerga o amor. Ele só vê o selo eclesial.
O papa está certo. O segundo casamento é uma praga. Eu, como já disse, acho que todos são uma praga, por não ser da ordem paradisíaca, mas da maldição. O símbolo dessa maldição está na palavra "conjugal": do latim, "com"= junto e "jugus"= canga. Canga, aquela peça pesada de madeira que une dois bois. Eles não querem estar juntos. Mas a canga os obriga, sob pena do ferrão...
Por que o segundo casamento é uma praga? Porque, para havê-lo, é preciso que o primeiro seja anulado pelo divórcio. Mas, se a igreja admitir a anulação do primeiro casamento, terá de admitir também que o sacramento que o realizou não é aquilo que ela afirma ser: um ato realizado pelo próprio Deus. Permitir o divórcio equivale a dizer: o sacramento é uma balela. Donde, a igreja é uma balela... Com o divórcio ela seria rebaixada do seu lugar infalível e passaria a ser apenas uma instituição falível entre outras. A igreja não admite o divórcio não é por amor à família. É para manter-se divina...
A igreja, sábia, tratou de livrar seus funcionários da maldição do amor. Proibiu-os de se casarem. Livres da maldição do casamento, os sacerdotes têm a suprema felicidade de noites de solidão, sem conversas, sem abraços e nem beijos. Estão livres da praga...

Eternamente Berenice disse...

Link:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2003200706.htm

matéria do dia 20/03/2007.

Adriana disse...

Querida amiga, concordo em genero, numero e grau com voce...pois creio que enquanto, existe amor e pra mim mais importante existir respeito...continuo lutand...mas se tudo isso acabar...adiosmuchacho....
Beijinhos carinhosos a todos do outro lado do oceano

Telejornalismo Fabico disse...

*




entramos no século XXI e ainda insistem em nos manter no XIV.
é dose pra mamtute.





*

Anônimo disse...

Cade voce, esta de ferias ou o tempo nao te permite atualizar este blog? ja estou com saudades, as fotos da Coruña ja estaoa caducando no meu blog...

Beijinhos carinhosos cheios de saudades do outro lado do ooceano

Eternamente Berenice disse...

Estou aqui vou arrumar um tempo pra escrever mais....bjsssss

Anônimo disse...

Querida amiga, nao sou apressada e que adoro ler o seu blog...mata um pouquinho a saudades...me faz lembrar a epoca que estavamos tao perto...ai que saudades...

Beijos grandes do outro lado do oceano

Anônimo disse...

EU FICO PASMO QUANDO VEJO OS HOMENS DANDO MAIS VALOR AS LEIS DOS HOMENS! OK, É ASSIM QUE VOCES QUEREM, ENTÃO SE PREPAREM PARA CASAR HOMEM COM HOMEM, MULHER COM MULHER, E QUEM SABE FUTURAMENTE ATÉ COM ANIMAIS ( BICHOS DE VERDADE)COMO JÁ ACONTECEU NA ÍNDIA.
O CASAMENTO SÓ TERMINA COM A mORTE. A BÍBLIA NÃO SE CONTRADIZ! ROMANOS 7:2-3